A auto-hemoterapia é um tratamento que consiste na retirada do sangue do paciente e aplicação de volta é intramuscular nas nádegas ou no músculo do braço. É um tratamento muito usado na medicina veterinária e que vem causando grande polêmica no tratamento de seres humanos. De um lado as autoridades médicas e sanitárias do país condenam a prática e do outro os adeptos afirmam ter benefícios e cura após as aplicações. O tratamento funcionaria porque para o organismo, o sangue injetado seria um corpo estranho irritando o músculo, provocando uma atividade inflamatória e assim estimulando a imunidade do paciente. A polêmica aumentou ainda mais quando o clínico-geral Luiz Moura criou o DVD “Auto-hemoterapia: contribuição para a saúde” falando sobre todos os benefícios do tratamento e aconselhando as pessoas a fazerem uso da técnica. Ele está sendo investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro e pode receber uma advertência sigilosa ou ter seu diploma de medicina cassado. Muitas pessoas após assistir o DVD, que traz supostos casos de cura e prevenção de acne, gripe, dores de cabeça e até câncer. No DVD, o clínico-geral expressa sua opinião: “Eu não respeito os padrões chamados que se diz, os padrões científicos. Dizer: ‘isso eu não posso fazer porque não é comprovado pela ciência’. Pra mim, o que comprova qualquer coisa é o efeito do tratamento… Eu tenho certeza de que é uma técnica absolutamente inocente, que nenhum mal faz para a pessoa”.
As autoridades médicas alertam que todo médico registrado sofrerá várias sanções se comprovada a prática ilegal do tratamento, pois não existe nenhuma comprovação científica dos benefícios da auto-hemoterapia. Esta opinião é compartilhada pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária que divulgou em nota do dia 13 de abril deste ano que “não existem evidências científicas, trabalhos indexados, que comprovem a eficácia e segurança deste procedimento”. Os riscos da prática incluem infecção generalizada.
No entanto, o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) diz que estagiários de enfermagem, quando supervisionados por um enfermeiro, podem realizar a aplicação, como acontece em Brasília, onde uma estudante de enfermagem faz aplicações há um ano e vê o procedimento como uma vacina natural, cobrando em média por sessão 20 reais.
Na nossa cidade, a prática é feita de forma tímida devido à suposta ilegalidade. Para esclarecer algumas dúvidas convidamos o médico Dr. Ronaldo João a falar um pouco sobre a auto-hemoterapia.
- O que é auto-hemoterapia?
A auto-hemoterapia é o nome que se dá à técnica de aplicar em alguém o seu próprio sangue. Digo em “alguém” porque pode ser usada também em pacientes sãos que desejam se prevenir contra possíveis doenças. O sangue extraído da veia de um dos membros superiores é aplicado por via intramuscular no músculo deltóide ou no músculo glúteo maior. Este tratamento é COMPLEMENTAR, faz parte da MEDICINA ALTERNATIVA e não substitui a MEDICINA HIPOCRÁTICA – as duas, entretanto, se aliadas, resolvem quase todos os problemas apresentados pela saúde pública.
- Existe comprovação científica de benefícios?
Este tratamento, originário da França, é praticado há mais de 100 (cem) anos e sua efetividade é comprovada através de alguns trabalhos nacionais: Imunoterapia – Dr Ricardo Veronesi; Autohemotransfusão – Dr Jessé Teixeira, Auto-hemoterapia – Dr. Luiz Moura; Prof. Dr José de Felipe Júnior; Dra Berenice Wilke e centenas de trabalhos estrangeiros, como pode ser verificado na extensa revisão feita por S. H. SHAKMAN, em seu trabalho “AUTOHEMOTHERAPY REFERENCE MANUAL & HISTORICAL REVIEW”, acessando o sitewww.instituteofScience.com. - Por que o assunto causa tanta polêmica?
O assunto causa polêmica porque não é aceito pela ANVISA e pelas instituições que congregam médicos e para-médicos. Parece que eles se fazem de cegos e surdos para não verem e ouvirem o que é evidente, pois quem sabe de seus males é o paciente e são centenas de milhares que nesses 105 (cento e cinco) anos de existência do tratamento relatam melhoras e curas. Isto nos entristece porque esse tratamento, apoiado por estas entidades seria a redenção da saúde pública nacional tão combalida nos dias de hoje. A mesma polêmica mostrada hoje frente a este tratamento, em passado recente, postou-se contra a Acupuntura e a Homeopatia, hoje aceitos pelo SUS.
- Quais são os riscos desta prática?
É um tratamento isento de riscos e deve ser feito por pessoas conhecedoras da técnica de aplicações parenterais e pode, em alguns casos, parecerem apenas hematomas que cedem naturalmente.
- Como você explica o aumento de adeptos deste tratamento?
O número de adeptos aumenta diariamente porque eles vêm e escutam pessoas e parentes se beneficiando de um tratamento simples, barato e eficaz. Vêm em pessoas antes imobilizadas por um mal que há longo tempo vem se tratando sem, entretanto, lograr resultados positivos, retomarem as suas atividades normais.
- Quais os conselhos a serem dados à população?
Aconselhamos à população se inteirar do assunto buscando, tanto pela Internet como por pessoas que já estão em tratamento; procurar tirar dúvidas com médicos realmente comprometidos com a saúde pública (e não com as multinacionais dos remédios) e se precisar, aceitar o tratamento.
- Qual deve ser o comportamento de um profissional diante desta situação?
O profissional da área médica deve se comportar de acordo com suas convicções e seus conhecimentos científicos: aceitar ou não, aprovar ou não, mas antes de tudo, ser honesto com as informações a serem dadas a quem procurar. Sou estudioso do assunto que conheço há 40 anos, mas não faço aplicação nos pacientes. Estou aberto para esclarecer dúvidas e orientar aos que me procuram.
- Você conhece casos de pessoas que tiveram prejuízos ou benefícios com esta técnica?
Prejuízos eu desconheço, mas benefícios eu os comprovo diariamente.
Dr. Ronaldo possui 32 anos de profissão e atualmente atende no consultório São Camilo, r. Coronel João Anastácio, 30, Chácara do Paiva Sete Lagoas/MG (31) 3773-7511
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