Nova teoria sobre Alzheimer
Nova teoria sobre Alzheimer
O Dr. Herrup sugere uma perspectiva alternativa, que ele formalizou em um artigo publicado hoje (28/12/10) no Journal of Neuroscience.
Destacando que a idade é o fator de risco mais importante na doença, ele sugere uma nova hipótese na qual a idade é o ponto de partida.
A idade diminui a agilidade do cérebro e diminui suas respostas às mudanças.
Por si sós, no entanto, as mudanças relacionadas à idade causam apenas um lento declínio "natural" na função cognitiva, afirma Herrup.
Ele postula que, embora essas mudanças possam aumentar o risco do Alzheimer, elas não causam a doença.
Herrup acredita que há três passos básicos que são necessários para que um indivíduo progrida dessa situação natural para o espectro completo dos sintomas clínicos de Alzheimer:
- uma lesão inicial, provavelmente de origem vascular;
- 2. uma resposta inflamatória, que é crônica e única para a doença de Alzheimer;
"A lesão inicial pode desencadear uma resposta protetora nas células cerebrais," afirma ele.
"Mas o problema real é que, no idoso, a resposta não sabe quando parar. Ela continua mesmo após a própria lesão desaparecer. No final, o dano real é feito pela persistência da resposta, e não pela lesão em si."
Estímulo ao debate
Herrup espera que sua nova teoria estimule o debate e abra caminho para novos avanços experimentais e de diagnóstico. "Esta nova hipótese, por exemplo, enfatiza o valor das abordagens anti-inflamatórias para a prevenção da doença de Alzheimer," afirma.
Ele admite que os componentes individuais do modelo não são inteiramente novos, mas assinala que, ao reorganizar sua ordem e mudar suas prioridades, sua visão tem enormes implicações para as modernas pesquisas sobre Alzheimer.
"Minha hipótese implica que a agregação de beta-amilóide não é uma parte central da biologia da doença de Alzheimer," diz Herrup.
"Ela prevê que se pode ter placas sem ter a doença de Alzheimer e que é possível ter a doença de Alzheimer sem ter as placas.
"Os pesquisadores devem ser cautelosos ao seguir estas previsões, mas desde que nós já fomos tão longe quanto podíamos com a nossa hipótese atual, talvez tenhamos chegado a um ponto onde cautela demais não é uma boa recomendação.
É hora de re-imaginar a doença de Alzheimer para que possamos pensar criativamente sobre seu tratamento."
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